Símbolo

Definição Geral

Em termos clássicos, o símbolo é aquilo que representa algo ausente ou abstracto. Está associado à substituição, à analogia ou à representação de ideias invisíveis por formas visíveis. Na Ontologia da Complexidade Emergente, o símbolo é uma configuração material emergente que representa outra organização da matéria, não presente ou abstracta, desde que essa representação seja funcionalmente ativa e reinscrevível num sistema complexo. O símbolo não espelha — ele reorganiza. É um operador material que estabiliza diferenças, tornando-as funcionalmente legíveis e transmissíveis.

Variações Ontológicas na Ontologia da Complexidade Emergente

Símbolo como Gesto Material Inaugoral

O símbolo não representa nem substitui: ele inscreve uma diferença material que reorganiza o sistema. Actua como gesto inaugural de formação de sentido, mesmo na ausência de linguagem formal ou codificação exterior.

Símbolo Como Inscrição Operativa

Símbolo como Matriz de Memória e Razão

O símbolo funda a possibilidade da memória simbólica e da razão material. Ao reinscrever diferenças, torna possível a continuidade operatória e a plasticidade conceptual sem recurso a transcendência ou essência.

Símbolo como Mediador

O símbolo é o primeiro gesto de inscrição que organiza a instabilidade em campo funcional. Não depende de código nem de referência exterior — emerge de uma fricção significativa que instaura uma diferença capaz de operar no sistema.

Símbolo Sem Sujeito

Mediação simbólica é o nome dado ao processo pelo qual uma organização material representa, reinscreve ou estabiliza outra organização da própria matéria, tornando-a funcionalmente ativa num sistema complexo. Não há aqui duplicação ontológica, mas sim relação interna entre duas configurações materiais diferenciadas — uma presente, outra abstractamente mantida.