Coerência Histórica da Razão (Postulado Ontológico)
Princípio Estrutural
Postulado – Coerência Histórica da Razão:
A razão pura não pode ignorar aquilo que a própria razão instituiu anteriormente sob forma de conhecimento validado. Isto significa que a razão não pode operar como instância absoluta, desligada da sua história material e metodológica — porque todo conhecimento científico é já produto da razão operando segundo regras internas de consistência, testabilidade e validação.
Comentário e Enquadramento na Ontologia da Complexidade Emergente
Este postulado constitui um princípio orientador permanente da Ontologia da Complexidade Emergente. Recusa a ideia de uma razão isolada, pura ou transcendental, reafirmando que todo o gesto racional é condicionado pela sua própria história operatória: pensar, decidir e validar implica sempre trabalhar sobre o já inscrito, sobre estruturas herdadas, marcas metodológicas e resultados previamente testados.
Assim, não há ato racional que possa cortar totalmente com o passado: toda ruptura é também reinscrição e transformação do já instituído. O critério de validade racional inclui não apenas a coerência interna, mas a integração crítica com o percurso histórico do pensamento, da ciência e da experiência material.
Na Ontologia da Complexidade Emergente, esta coerência histórica é entendida como um gradiente operativo: a razão avança não por negação absoluta do anterior, mas por reorganização diferencial, inscrição iterativa e transformação simbólica da própria história do conhecimento.
Estado da Matéria
Princípio Estabilizado
Notas de Relação
- Relaciona-se com critérios epistémicos, metodologia científica e história dos sistemas de validação.
- Fundamenta a rejeição de rupturas absolutas, defendendo continuidade e transformação simbólica.
- Critica tanto o dogmatismo tradicional quanto o irracionalismo contemporâneo.
- Base para todo posicionamento ético, científico e filosófico na OCE.