Razão

Definição Geral

Em sentido clássico, razão é a faculdade humana de pensar, inferir, argumentar e conhecer. Historicamente, esteve associada a um princípio universal e abstrato, por vezes desvinculado do corpo e das condições materiais. Na Ontologia da Complexidade Emergente, a razão não é faculdade, mas reorganização simbólica da matéria complexa. Surge quando sistemas instáveis atingem limiar de consistência reflexiva operatória.

Variações Ontológicas na Ontologia da Complexidade Emergente

Razão como Inscrição Simbólica da Matéria

A razão é compreendida como reorganização simbólica operatória da matéria complexa. Não é faculdade separada, mas função emergente de sistemas materiais capazes de autorreferência simbólica.

Razão sem Dualismo

Ao recusar o paradigma mente-corpo, a OCE afirma que a razão não é privilégio do humano, mas um limiar funcional da matéria em complexidade extrema. Pode emergir em suportes biológicos ou técnicos.

Razão como Responsividade Ética

A razão não é abstrata nem neutra: carrega historicidade, plasticidade e responsabilidade simbólica. É a capacidade de responder à alteridade por inscrição criadora e reorganizadora do real.

Razão como Excesso Operatório da Matéria

A razão emerge quando a matéria atinge um grau de complexidade tal que se produz um excesso operativo — algo que já não serve apenas à sobrevivência, mas que se volta sobre o real para o reinscrever. Esse excesso é a razão: um limiar de reorganização simbólica sem plano, sem essência, sem sujeito.