Complexidade
Definição Geral
Na ciência dos sistemas, complexidade refere-se ao número de elementos e interações num sistema. Na Ontologia da Complexidade Emergente, complexidade é uma propriedade imanente da matéria instável, capaz de reorganizar-se localmente sem plano nem totalidade. Não representa desordem, mas sim um regime material de coerência instável, onde cada componente interfere no todo e este, por sua vez, reconfigura as suas partes.
Variações Ontológicas na Ontologia da Complexidade Emergente
Complexidade Como Regime de Emergência
A complexidade não é ruído nem excesso: é o regime mínimo que permite a emergência de propriedades novas, como coerência funcional, inscrição simbólica ou reorganização ética. Não é condição mental — é condição material.
Complexidade Funcional Sem Representação
Sistemas complexos reorganizam-se com base em retroações internas, sem linguagem, intenção ou representação. Antes do simbólico, já há complexidade funcional. A emergência não exige consciência: exige apenas organização instável e iterável.
Complexidade Como Potência de Reorganização
A complexidade permite que um sistema permaneça instável sem colapsar. É essa instabilidade coerente — ou excesso operatório — que torna possível reorganizações locais com valor funcional. A potência não é ideal: é efeito de acoplamento dinâmico.
Complexidade Como Condição Pré-Simbólica
A inscrição simbólica só se torna possível quando há um limiar de complexidade que sustenta relações, iteração e suporte. Sistemas insuficientemente complexos não podem organizar diferença nem operar memória. O simbólico exige complexidade acumulada.