Simbolo Como Inscricao Operativa

Símbolo como Inscrição Operativa

Definição:

Na Ontologia da Complexidade Emergente (OCE), símbolo designa uma configuração material que representa e estabiliza funcionalmente uma outra configuração de matéria ausente. Não é imagem, não é código, não é essência oculta: é um efeito material localizado, onde uma reorganização da matéria permite a atuação simbólica de algo que não está presente.

Simbolizar é, portanto, reconfigurar uma ausência na matéria, sem depender de sujeito, linguagem ou representação transcendente. A simbolização ocorre quando uma organização presente da matéria opera, funcionalmente, outra ausente. A diferença não está no que o símbolo exprime, mas na transformação que produz no sistema que o gera.

Função na Ontologia da Complexidade Emergente:

O símbolo enquanto inscrição operativa é o mínimo da emergência simbólica. Ele não transporta um significado exterior nem decifra um código secreto. É já a própria reorganização funcional da matéria que permite representar a ausência de outra configuração material.

Exemplo canónico: “Uma configuração cerebral que permite evocar uma porta ausente é símbolo, porque representa e estabiliza funcionalmente uma matéria não presente — que é a porta como matéria.”

O símbolo não é validado pela expressividade ou compreensibilidade: a sua validade reside na reorganização simbólica que efetua sobre o sistema material. Não há nenhum "conteúdo" exterior ao gesto simbólico: o conteúdo é a própria transformação simbólica da matéria.

Características Distintivas:

Delimitação Ontológica Formal:

Corolário Epistemológico:

Recusam-se como símbolos:

Reconhecem-se como símbolos: