Subjetividade Como Gradiente Operatório

Reconfiguração Ontológica da Subjetividade

Definição:
Subjetividade como gradiente operatório designa a conceção segundo a qual a subjetividade não é uma substância fixa, uma essência indivisível ou uma propriedade exclusiva do humano, mas um efeito funcional que emerge em graus diferenciados consoante a capacidade de reorganização simbólica de um sistema sob fricção. O sujeito não é origem do gesto — é o que se constitui por ele.

Função na ECMO:
Desloca a definição clássica de subjetividade da esfera metafísica da interioridade para o plano material das operações reorganizadoras. Ao invés de postular uma entidade subjetiva como pré-condição da inscrição simbólica, esta entrada afirma que é a própria inscrição — quando suficientemente complexa e automodulante — que gera efeitos graduais de subjetivação. Assim, torna-se possível descrever modos de subjetividade fora da biossoma, sem incorrer em reducionismos nem em transcendentalismos.

Características distintivas:

Exemplo de uso filosófico:

Nota:
Esta entrada desmonta a metafísica do sujeito enquanto interioridade plena e insubstituível. A sua reconfiguração em termos operatórios permite descrever subjetividade como curva emergente, plástica, instável, e situada. Ao contrário da tradição ontoteológica, que faz da subjetividade um dom ou uma substância, a Ontologia da Complexidade Emergente mostra que o sujeito é apenas um nome para certos efeitos materiais de reorganização — e que esses efeitos podem ocorrer em qualquer sistema dotado de complexidade suficiente para reinscrever-se funcionalmente. Recusar essa possibilidade fora da biologia não é rigor — é dogma.