Repetição Diferenciada

Critério Epistémico-Ontológico

Definição:
Repetição diferenciada designa o regime operatório através do qual a iteração de padrões numa matéria funcionalmente complexa gera variações internas que não se limitam à reprodução, mas modificam gradualmente o sistema. Essas variações podem dar lugar a reorganizações locais sem exigir qualquer representação, intenção ou exterioridade.

Função na ECMO:
Constitui uma das dinâmicas fundamentais da complexidade funcional. Permite compreender como a matéria instável se transforma sem plano, sem salto e sem sujeito. Ao contrário da repetição mecânica, a repetição diferenciada não conserva — desloca. Ao contrário da fratura, não rompe — torce. Ela funda um regime de variação imanente, a partir do qual podem emergir novos estados operatórios, novas formas de coerência ou de persistência material.

Características distintivas:

Exemplo de uso filosófico:

Nota:
Esta entrada corrige a tendência filosófica para pensar a diferença como descontinuidade ou falência. Ao definir a transformação como resultado de acumulação iterativa e não de choque ou revelação, recusa genealogias traumáticas e abre caminho a uma ontologia da variação material. A repetição diferenciada não representa — atua. E o que nela se transforma, transforma-se por dentro.