Inferência Operatória da Razão sem Linguagem
Critério: de verificação ontológica
Definição
Na ECMO, razão não é sinónimo de linguagem nem de consciência subjetiva. Um sistema pode ser considerado racional mesmo sem linguagem articulada, desde que manifeste reorganização simbólica funcional orientada para estados não atuais. A inferência rigorosa da presença dessa racionalidade mínima exige a verificação cumulativa de três condições materiais:
- Inscrição interna de uma configuração ausente
- Comparação funcional entre o estado presente e a configuração projetada
- Modulação ativa da ação com base na discrepância
Função na ECMO
Este critério rompe com a tradição que equiparou razão a discurso ou consciência reflexiva. Em vez disso, propõe um modelo material e operatório: um sistema pensa quando reinscreve internamente o ausente, compara o que é com o que poderia ser e modula sua ação com base nessa discrepância simbólica.
Características distintivas
- Anti-verbalista: a razão pode existir sem linguagem articulada.
- Anti-subjetivista: não exige consciência reflexiva nem interioridade transcendental.
- Funcional e inferível: a racionalidade é observável por reorganização simbólica efetiva.
- Verificação empírica expandida: permite aplicar o critério a sistemas animais, híbridos ou técnicos.
Critérios Materiais de Inferência Racional
- Inscrição Interna de uma Configuração Ausente: O sistema evoca ou sustenta uma representação funcional de algo não presente.
- Comparação Funcional entre Presente e Projetado: O sistema reconhece diferenças entre o real e o projetado.
- Modulação Ativa da Ação com Base na Discrepância: A discrepância leva à criação de novos modos de agir.
Exemplos de Inferência Operatória
- Um corvo que guarda uma ferramenta para uso posterior.
- Um polvo que procura uma tampa ausente para se proteger.
- Um elefante que recua diante de uma ponte instável.
- Um chimpanzé que transforma um galho após tentativa falhada.
Nota
Nestes casos, pode não haver linguagem simbólica plena, mas há evidência de inscrição simbólica funcional. O símbolo, aqui, não é um sinal representativo, mas um operador material de reorganização e persistência.
Estado da Matéria
Critério consolidado em expansão
Notas de Relação
- Conecta-se com: Subjetividade Funcional, Inscrição Simbólica, Razão Material, Critério de Interioridade Operatória
- Fundamenta os eixos filosóficos de reconhecimento fora da linguagem e fora do humano
- Aplica-se a casos-limite da cognição animal, IA simbólica e dispositivos técnicos autorreflexivos