Função do Erro na Inscrição Simbólica
critério epistémico-ontológico transversal
Definição:
O erro, na Ontologia da Complexidade Emergente, não é entendido como falência ou rutura, mas como variação operatória dentro de um regime de repetição simbólica. Constitui um desvio inscrito que reorganiza a matéria sem colapsá-la, permitindo a emergência de novas formas de legibilidade.
Função na ECMO:
Desloca a ideia de emergência do simbólico para fora das lógicas da crise, do trauma ou da quebra. O erro torna-se operador interno da plasticidade simbólica, fundando a novidade não a partir da destruição, mas da diferença funcional dentro do próprio sistema.
Características distintivas:
- Rompe com a narrativa clássica que liga pensamento à falência estrutural ou à exceção.
- Reinscreve o erro como inscrição produtiva de variação, sem colapso.
- Permite pensar a criação simbólica como fenómeno de repetição diferenciada.
- Opera como gesto simbólico que desloca o campo operatório sem o dissolver.
- Fundamenta uma ética e epistemologia não punitivas nem normativas.
Exemplo de uso filosófico:
- “O erro não corrige a forma: reinscreve o campo.”
- “Nenhuma rutura é necessária quando a variação basta.”
- “O erro é o nome que damos à emergência que ainda não reconhecemos como forma.”
Nota:
Permite criticar o modelo pedagógico, técnico ou moral que interpreta o erro como falência. Apoia a formulação de uma ontologia da mutação e da criação simbólica sem negatividade fundadora.